Segundo o Papa Francisco “existe risco de um cisma na Igreja”
Na volta da quarta viagem de seu pontificado à África (04 a 10 de setembro), durante o voo que o levou de regresso a Roma, o Papa Francisco admitiu aos jornalistas que o acompanharam que existe o risco de um "cisma" na Igreja Católica. E lamentou o comportamento de algumas pessoas que, segundo o Pontífice, o "apunhalam pelas costas".
Francisco afirmou que "sempre existe a opção cismática na Igreja, sempre, é uma das opções que o Senhor deixa à liberdade humana". "Eu não tenho medo de cismas, rezo para que não existam, porque está em jogo a saúde espiritual de tantas pessoas. Que exista o diálogo, que exista a correção se houver algum erro, mas o caminho do cisma não é cristão", disse Francisco aos jornalistas.
Em suas declarações aos jornalistas, o Santo Padre procurou destacar que as críticas ao seu pontificado não se limitam a setores católicos norte-americanos, mas "existem um pouco por toda a parte, mesmo na Cúria" Romana.
Para o Pontífice, "fazer uma crítica sem querer ouvir a resposta e sem fazer o diálogo é não amar a Igreja, é seguir atrás de uma ideia fixa, mudar o Papa ou criar um cisma".
De acordo com a definição do Papa Francisco, um cisma "é sempre uma separação elitista provocada por uma ideologia separada da doutrina".
"Eles dizem: o Papa é comunista ... Entram as ideologias na doutrina e quando a doutrina escorrega nas ideologias, ali há a possibilidade de um cisma. Há a ideologia da primazia de uma moral asséptica sobre a moral do povo de Deus", conceituou o papa.
Durante quase uma semana, o papa esteve em três países: Moçambique, Madagascar e Maurício. Com esta 31ª Viagem Apostólica, o Pontífice já visitou 47 países desde o início do seu pontificado em 2013.
Foto: Vatican Media