Reboot de She-ra na Netflix a deixa com cara de Pabllo Vittar
Quando assisti ao trailer da nova She-ra torci o nariz e revirei os olhos. Era difícil acreditar que a minha heroína preferida na infância tivesse um novo rosto. Foi difícil como é complicado imaginar uma outra atriz interpretando, por exemplo, Maria do Bairro que não seja a diva Thalía, ou Gaby Spanic que não dê mais vida à A Usurpadora e a eterna Paola Bracho.
Remakes e reboots são necessários. Sei disso. Mas novas versões de grandes sucessos, em um primeiro contato, assustam... para não dizer que ferem nossa memória e nos levam para um tempo de nostalgia.
She-ra, ao lado de seu irmão gêmeo (ao menos na primeira versão), He-man, eram os meus super-heróis prediletos. Cheguei a ter He-man, o Gato Guerreiro, uma das naves, o Esqueleto e seu Panthor, e uma nave do mal em brinquedos. Meu sonho era ter She-ra, chiquérrima, poderosa... Mas minha mãe dizia que She-ra era boneca, brinquedo para meninas, meninos tinham que ter o he-man, e eu fui obrigado a me conformar.
Enfim, fui assistir ao primeiro episódio do reboot de She-ra com muito preconceito. Ah, reboot para quem não sabe é uma nova versão baseada em algo que já foi produzido. O remake se propõe a refazer, atualizar algo, mantendo os mesmos personagens, eventos, ou mesmo toda a história. E essa nova She-ra não mantém os personagens com os mesmos perfis e nem mesmo é fiel aos eventos da primeira versão.
Comparações não tinham como não existir. O capítulo 1 do remake apresentou Adora descobrindo que nem tudo era como Hordak dizia e se deparando com a espada que a transformaria na poderosa She-ra.
Não consigo não comparar a nova She-ra a uma versão animê da “cantora” Pabllo Vittar. É vê-la e imaginar a artista ali. Ficou ruim? Quando vi ao trailer senti isso, como algo muito ruim, pois a primeira She-ra tinha traços sensuais, de mulherona, era gostosona mesmo, super sensual, assim como as demais personagens, e os homens todos sarados. Essa versão teen do Arqueiro e da princesa Cintilante, à primeira vista, me deixou frustrado.
Não é a cara da Pabllo Vittar? Sem sensualidade alguma!
Massssssssss... olhando por outro lado, devo colocar a minha cara na poeira. O roteiro ficou mega bacana. Eu me diverti com o episódio de estreia do remake e outros seguintes. Apesar de também ficar chateado por todos já saberem que Adora é She-ra (na primeira versão ninguém sabia, com exceção do Corujito e da Madame Rizzo), o desenho me surpreendeu.
Mais uma vez a Netflix está de parabéns por um ótimo produto de entretenimento. As crianças de hoje em dia dificilmente iriam se adaptar à primeira She-ra. Essa versão está moderna e aceitável aos novos padrões dos desenhos aninamos, ainda mais nessa versão animê que é um dos traços mais modernos quando se fala em cartoons.
Geninho
Ah, mas a falta do Geninho no final do episódio é notória. No novo desenho ele foi mencionado por Madame Riso num dos primeiros episódios que já assistir. Peguei-me procurando o Geninho no meio da floresta, pendurado em alguma árvore. A presença desse personagem deixando alguma lição, alguma moral no final dos capítulos era um charme a parte. Recordo que na escola, ou quando encontrava os amigos de infância a gente sempre se perguntava quem tinha encontrado o Geninho no episódio daquele dia. Tempos bons aqueles em que a única preocupação era acordar para assistir ao Xou da Xuxa.
Abaixo a comparação dos personagens:
Adora e She-ra (1985)
Adora e She-ra (2018)
Espírito / Ventania (1985): Falam como humanos
Floco de Neve / Ventania (2018): Não falam
Cintilante
Arqueiro
Hordak
Madame Rizzo e Vassourito
Corujito
Apenas um boneco no quarto de Adora
Sombria
Felina