Centro Cirúgico do Anexo 1 da Santa Casa de Barretos está credenciado para transplantes do coração e é referência em excelência na Cardiologia
A Santa Casa de Misericórdia de Barretos recebeu o credenciamento para realizar cirurgias de transplante de coração, junto ao Ministério da Saúde. Os procedimentos são feitos no centro cirúrgico do Anexo 1 da Santa Casa, localizado na Via Pedro Vicentini, 150 (Hospital Nossa Senhora).
Para o cirurgião cardíaco dr. André Monti Garzesi, que atua no centro cirúrgico, o credenciamento “é uma conquista para todos nós da Santa Casa, pois há um tempo enviamos toda a documentação solicitada, tanto da equipe médica quanto do hospital, para análise da Central Estadual de Transplantes, eles autorizaram e enviaram ao Ministério da Saúde, em Brasília, que encaminhou à Central Nacional de Transplantes. Os representantes já realizaram toda a vistoria técnica no hospital e ficaram impressionados com toda a estrutura, a aprovação veio como consequência”, explicou o Dr. André.
Dr. André Garzesi destaca a importância do trabalho realizado pela Santa Casa, utilizando toda a estrutura tecnológica do centro cirúrgico do Anexo 1, considerado pelos especialistas como centro de referência em cardiologia na cidade de Barretos e região. "Todas as cirurgias cardíacas realizadas pela Santa Casa, via SUS - Sistema Único de Saúde, contam com diagnóstico por imagem, incluindo tomografia, ressonância, ecocardiograma, ultrassom, teste ergométrico, entre outros procedimentos, além da cardiologia clínica", explica. “O hospital possui também um aparelho de autotransfusão, utilizado durante algumas cirurgias. Ele aspira o sangue do paciente, que é reprocessado e devolvido ao paciente, ou seja, não há desperdício de sangue", conta.
Ainda de acordo com o cirurgião cardíaco, “no interior de São Paulo, apenas a UNESP em Botucatu/SP e Campinas/SP tinha hospitais autorizados para a realização de transplantes de coração. Agora, Barretos também possui um centro médico autorizado”.
O Anexo 1 coloca à disposição dos pacientes um aparelho chamado tromboelastograma, que avalia a coagulação, levando assim a uma análise mais precisa, possibilitando realizar um tratamento individualizado para cada paciente. "O aparelho ECMO é utilizado em pacientes cujo coração ou pulmão, ou ambos, não estão funcionando adequadamente. Colocamos o paciente nessa máquina para que os órgãos descansem, agilizando assim sua recuperação", afirmou dr. André.
O hospital também conquistou o certificado 'Top Performance' da UTI - Unidade de Tratamento Intensivo Cardiológica, entrando para a lista restrita de apenas seis UTIs com essa certificação em todo o estado de São Paulo. A empresa responsável pela avaliação é a Epimed Solutions, que analisa a eficiência, custo, rotatividade, mortalidade, entre outros indicadores destas UTIs.
O dr. Sérgio Brasileiro, coordenador médico da Santa Casa, explica que ainda não há data para a realização do primeiro transplante do coração no Anexo 1. “Para esse procedimento específico é necessário que o paciente receptor esteja inscrito no cadastro técnico único do Sistema Nacional de Transplantes (SNT), gerido pelo SUS e coordenado com as centrais estaduais de transplantes. Também é necessário que haja um doador, após o procedimento legal de consentimento da família para a doação, e um coração em bom estado de transplante, feitos os testes de compatibilidades, tem, em média, quatro horas de viabilidade cirúrgica após retirada do corpo. Por isso, para que a cirurgia aconteça em Barretos é preciso que haja um paciente bem posicionado na lista de espera morando na região e que o doador também esteja perto, uma vez que esse prazo de quatro horas deve contar a logística de avaliação da viabilidade do órgão, documentação prevista em lei e cirurgia de transplante. Por isso, não há como prever quando a primeira cirurgia será realizada”, conclui.
No Anexo 1 da Santa Casa, em média, são realizadas cerca de 20 cirurgias cardíacas com circulação extracorpórea por mês, como revascularização do miocárdio, troca valvar, cirurgia de aorta, entre outras, na estrutura do centro cirúrgico do hospital, além de implantes de marca-passo, em pacientes não apenas de Barretos, mas de toda a região administrada pela DRS 5, da Secretaria de Estado da Saúde, que inclui dezoito municípios.